Sunday 14 July 2013

Roma e Vaticano, uma surpresa inesperada





      Roma foi um início de surpresas! Ao chegarmos pelo aeroporto Ciampino fomos surpreendidos no caminho do hotel com o descuido para com a cidade. Casas pouco conservadas, calçadas com o mato alto, lojas abandonadas e carros semi-sucateados. Todos conhecemos a Itália pela história antiga e esperamos antiguidade, mas também esperamos um país de primeiro mundo, sendo assim bem organizada, limpa e bem cuidada. Na Europa, só tinhamos visto algo parecido em alguns pontos do Leste Europeu. Pensamos que o descuido poderia ser somente por estarmos distante da cidade, próximo do aeroporto, lugares que tendem a ser menos conservados. Conforme nos aproximamos do centro começamos a entender que em Roma o que conheçemos por preservado é o patrimônio histórico, e que todo o resto sofre com o conhecido descuido latino. Talvez isso explique um pouco do que tanto ouvimos sobre corrupção na Itália. Me senti um pouco no clima Brasil.

      Em 45 minutos de ônibus chegamos à estação de trem e metrô Termini. Nosso hotel ficava há 3 quadras da estação, muito bem localizado. A Termini é a estacão principal de Roma aonde saem trens para as principais cidades do país. Ficar hospedado perto dali certamente é uma boa economia para quem pensa em conhecer a cidade à pé. O que o Hotel Europa [http://www.hoteleuroparome.com/]  tem de melhor é estar bem localizado e ter um bom café da manhã pelos padrões romanos de hotelaria, pelo que ja li em resenhas de muitos hotéis. O Hotel Europa decepciona simplesmente pelo fato de ter 4 estrelas, pois na minha opnião, ele seria um satisfatorio três estrelas, jamais um 4. A caça a hotéis em Roma é grande, pois os padrões são velhos e com um café da manhã bem básico, muitas vezes somente um café e um croissant. Se você não quiser gastar com um hotel cinco estrelas, acho que, novamente pelos padrões romanos, o Europa é um bom hotel. Se estivéssemos dispostos a ficar no Vaticano, teríamos ficado em um hotel mais novo, mas como só tivemos três dias para Roma resolvemos ficar o mais central possível. Numa próxima vez ficaria no Vaticano sem problemas, pois aprendi que o link de ônibus é muito fácil, sem falar da qualidade de vários hotéis naquela área.

      Antes de pisar na Itália eu ja tinha o preconceito do Italiano ser um povo bem direto e seco em alguns aspectos, mas depois de três dias imersos pude ver que isso oscila bastante. Em geral, não vi o povo Romano tão receptivo e pré-disposto em ajudar. Um exemplo disso foi no check-in no hotel, em que o recepcionista não fez nada além de entregar a chave do quarto. Sem mapa, sem um bem-vindo à Roma, sem explicações do café da manhã, nada daquilo que esperamos receber em qualquer hotel. Entretanto, é verdade que os Italianos adoram brasileiros e, na maior parte das vezes, tínhamos um belo sorriso quando falávamos que éramos brasileiros. Ganhamos até um “chorinho” de gelato na 
sorveteria Mariotti . Ser brasileiro na Itália é definitivamente um plus, e nós aproveitamos isso.
      Pegamos um mapa e seguimos rumo ao centro. Passamos no Museu Vitoriano e depois fomos ao Coliseu, tudo à pé. Os ingressos são válidos por dois dias com visita ao Fórum, ruínas de vários prédios do governo da cidade de Roma. Se você estiver em dois poderá dividir o video guide do Coliseu. É um Iphone com um video explicativo em vários idiomas, inclusive Português do Brasil :).

      Todo o choque de depredação da cidade foi embora após a visita ao Coliseu. Foi a sensação mais forte que eu tive em estar em um livro de história, é inexplicável, parece mentira. Ver aquelas ruínas, relembrar e aprender mais sobre a história Romana, tudo uma experiência impagável. O videotour e a visita dura em torno de uma hora. Como uma forma de evitar a fila você pode pagar um tour com um dos inúmeros guias que ficam na entrada do Coliseu. Não ficamos muito tempo na fila, uns 30 minutos, mas se estiver tumultoado pode valer a pena. 

Museu Vitoriano



Parte interna do Coliseu

           

            





          
        

        


       Como parte da experiência, comi o famoso gelato todos os dias da viagem. Essas barracas e trailers de comida são uma boa opção, apesar de ser mais caro. Comi um gelato de pistache de um trailer na frente no Coliseu e estava muito bom. Dali tiramos algumas fotos no Fórum, logo ao lado do Coliseu e fomos comer uma pizza! 

      Fomos no Galinia Bianca ($$) [http://www.lagallinabianca-pizzeria.com/], um restaurante bem próximo da Termini. O lugar parece ser barato pelos preços do menu, mas aqueles "extras escondidos" de pagar pelos talheres, varanda e pelo couver que você não comeu, tornam o lugar caro. Uma pizza, um calzone e quatro cervejas saíram mais de 50 euros. Sem a cobrança desses extras a conta teria saido por menos de 40euros, uma diferenca considerável. Sobre a comida, nem precisa falar. Muito boa! Acabo de descobrir pizza de verdade!

Calzone e Pizza de presunto de Parma com cogumelos
      No segundo dia, véspera do dia de São Pedro, São Paulo e da cidade de Roma, escolhemos ir ao Vaticano. O acesso pode ser de metrô ou de ônibus, custa €1,5 cada. Aos que gostam de caminhar levariam uns 50 minutos do Coliseu. 

      A fila para os tickets para a Basílica de São Pedro demorava em média 2 horas, daí resolvemos pagar um tour guiado. Como a Capela Cistina estava fechada nos custou 25 euros, com a visita à capela seria 40 euros cada. Mais uma vez, uma visita histórica. O tão famoso Vaticano aos seus olhos! Tantos padres, bispos, cardeais e freiras da cidade passeando, tudo o que você espera ver mas ainda com ar de novidade. A Basílica de São Pedro [http://saintpetersbasilica.org/] é sem dúvida umas das obras de arte mais imponentes do mundo. O poder e valor que foi dedicado àquela obra por Constatino e hoje pelos fiéis e turistas é surreal. Tudo o que sempre vemos em igrejas católicas pelo mundo, o retrato da arte e dos movimentos artíticos de diversos períodos é visto no Vaticano, mas agora de uma forma colossal. Muito ouro, muito detalhe, muito contorno, história, artistas conhecidos como Bernini e Michelangelo. Uma visita emocionante. O que é mais emocionante na minha opinião é vermos tanto cuidado, tanto respeito e tanta devoção com tudo alí dentro, respeito esse que vem de religiosos e de não-religiosos. O Vaticano é o menor país do mundo com um acervo considerável nas suas igrejas e no Museu do Vaticano [http://mv.vatican.va/3_EN/pages/MV_Home.html] . Aos que também tiverem interesse em visiar o museu, a entrada é paga à parte e custa 16 euros.

Basílica de São Pedro

Interior da Basílica de São Pedro

Teto e cúpula da Basílica

Guarda Suíça Pontífícia. Os guardas têm 4 dias por mês para fazerem o que quiser.
Quando aparecem com filhos, estes serão nacionais do País do Vaticano.
      Do Vaticano pegamos o ônibus 40 para conhecermos o Pantheon (O ônibus 64 também serve), ambos com sentido à Termini. O Patheon é um  conjunto de capelas em homenagem a vários santos. O prédio fica no centro da cidade, aonde encontram-se diversas lojas de souvenir, restaurantes e lojas de roupas a bons preços. Alí é o momento de comprar lembranças da cidade e bater perna vendo as novidades, para os que gostam, claro. É muito fácil perder-se em umas da ruas no centro da cidade, mesmo com mapa. Um exemplo disso é que queríamos ir ao parlamento, mas nos perdemos algumas vezes. Até aos locais que pedimos ajuda na rua ficavam confusos com o caminho. Acabamos por desistir e resolvemos seguir a multidao até a Fontana de Trevi

      Como almoço comemos uns petistcos no Ciro ($) [http://www.tripadvisor.co.uk/Restaurant_Review-g187791-d1059118-Reviews-Ristorante_Ciro-Rome_Lazio.html] , um restaurante que não cobra talher, varanda, nem serviço. Comemos uns aperitivos romanos e bebemos uma cerveja. A cerveja italiana é parecida com a brasileira, leve e servida em uma temperatura agradável, em comparação as demais cervejas da Europa (Belga, Alemã, Inglesa etc).

Pantheon


Petiscos no Ciro


Fontana de Trevi

Gelataria Mariotti

Criança feliz com gelato
Massas
Motocicletas em frente a Termini

      No final da noite fomos à uma cantina local bem em frente a Termini. Infelizmente vou ficar devendo o nome dessa cantina, só consigo lembrar que ela a a terceina cantina na via Marghera, contando da Termini. Pelo que descobrimos, os lugares frequentados por locais não cobram muitas dessas taxas que como turistas somos surpreendidos. A economia no final da noite pode ser de até 30%. 

      Na cantina experimentamos o Frascati, vinho branco seco, o da casa. Esse vinho é pouco exportado da Itália e é conhecido por um vinho “well average”. Bem, não gostamos. Mas segundo alguns guias este é o vinho que os Romanos bebem, portanto, valeu a experiência. Mas uma coisa decidimos depois de um gole daquele vinho: desistimos de visitar os vinhedos de Frascati, o que tinhamos cogitado. Lol. Já a comida estava muito boa. Típico tempero caseiro e simples. Pedimos um risoto de gongonzola e outro de frutos do mar. Essas tascas frequentadas por locais sempre devem fazer parte da viagem. É alí que a experiência é a mais próxima da original possível. Pois alí é aonde o funcionário tende a ser o mais próximo do que o italiano é, a comida vai ser preparada como no dia-a-dia e o preço menos turístico. O que gostei muito de todos os lugares que fomos foi a varanda. Esta cantina por exemplo, tem mesas literalmente na rua. Para os que vivem no Brasil isso é comum, mas para eu que moro Inglaterra, uma raridade.

      Como já tínhamos conhecido a grande parte dos pontos turísticos, resolvemos na manhã do dia seguinte fazer um programa feito por muitos locais, fomos à Villa Borghese, um parque lindo com vista para a cidade. É próximo à Villa que você também encontra as grandes marcas da cidade, junto à Piazza del Popolo. Dalí a caminhada é mais do que agradável até a Piazza di Spagna. No parque da Villa você pode alugar bicicleta de familia e segways. Nós nos aventuramos no último, o máximo! Não sei se você já experimentou, mas explorar o parque de segway foi bem legal. Não teríamos ido a algumas partes do parque se não fosse pelo segway. O local é muito bem cuidado e frequentado por famílias. O parque tem restaurantes, wifi, salas de teatro, lago e uma vista linda da cidade.

Vista da Villa Borghese

Passeio de Segway

Mini Fiat


Escadarias da Praça da Espanha
      A noite fomos jantar em um lugar que, para ter sido perfeito, só faltava ter sido de graça. Fomos ao Caffé Ciampini ($$$) [http://www.caffeciampini.com/], restaurante tradicional e com excelente reputação na cidade. O restaurante é em um jardim. Isso mesmo, você janta no meio das flores, um mini-lago, à luz de velas e com uma vista deslumbrante da cidade! O jantar mais romântico que eu já tive! A comida vale cada centavo que se paga, é muito boa. Apesar de ter massa no cardapio, o Ciampini tem muito peixe e carne, não é uma típica cantina italiana, mas um restaurante gourmet com várias opções e porções não-francesas, o que eu gosto muito! Comemos uma massa especial, peixe e uma sobremesa da casa,  conhecida em Roma por ter a receita do melhor gelato de chocolate. Aproveitamos para apreciar um Prosecco, afinal,  não são todos os dias que jantamos com a visão panorâmica de Roma. O jantar para dois com três pratos cada, duas taças e uma garrafa de prosecco, saiu a R$380,00 com serviço incluído. Acredite, tudo neste restaurante encanta: a comida, o serviço e o ambiente.


Ciampini

Pensa em um peixe gostoso...
   
       O que me assustou pela depredação da cidade, ficou esquecido por ter sido surpreendido por um povo que recebe brasileiros muito bem e que tem extremo bom gosto. Bom gosto esse na moda, na culinária e na arquitetura histórica. Roma é uma cidade encantadora. Espero que a minha moeda lançada na Fontana garanta o meu retorno à Cidade Eterna.

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