Sunday 25 August 2013

Londres, vista por um ex-residente

            

      Falar de Londres pra mim é quase tão natural como falar do Rio. É aquela sensação de estar tão habituado com a cidade que você sabe qual rua leva aonde, qual é o melhor caminho, aonde são os lugares mais badalados e menos turísticos, etc. Durante três anos morei do sul ao norte de Londres e pude assim entender um pouco mais da cultura inglesa, apesar de não ter chegado nem perto da onde eu queria.

      Hoje, morando em Manchester, consigo entender quando as pessoas falavam que em Londres o contato com o povo inglês é distante. Um simples motivo disso, é o fato de ter tanto estrangeiro por lá. Existem duas mãos: uma é pela fama que o inglês tem em não ser um povo tão receptivo com estrageiros; e a outra é de nós vivermos naturalmente em comunidades da nossa origem. Na minha opinião as duas constatações estão diretamente interligadas, criando assim uma resistência por ambos os lados.

      O motivo pelo que você está em Londres também contribuirá ou não a isso. Por exemplo: uma pessoa que vai para Londres para estudar inglês terá, naturalmente, bastante contato com estrangeiros na sala de aula e nos trabalhos temporários, sendo o contato com o nativo mais restrito. Acho que Londres é a cidade sobre a qual eu mais posso falar além da minha. Aos que querem dicas sobre viver na cidade podem me contactar diretamente que terei prazer em ajudá-los. Mas agora, vamos às dicas para a sua visita à capital do Reino Unido.

      Não sei a sua visão antes de pisar na capital do Império Britânico, mas a minha era de encontrar o povo mais tradicionalista possível. Até certo ponto estava certo. Todas as notícias, histórias e reportagens sobre a Inglaterra mostram um povo conservador, desenvolvido, educado e tradicionalista. E existem vários motivos que nos levam a pensar nisso: um país ainda monarca, o Big Ben expressando a pontualidade britânica, o tradicional chá das cinco e os tradicionais táxis pretos e ônibus vermelhos. Apesar deste país ter um passado tão veemente, esta cidade tem um estilo de vida extremamente contemporâneo.

      Para a lista de coisas imperdíveis de se fazer em Londres a Troca da Guarda [http://www.changing-the-guard.com/] é uma delas. A Troca da Guarda ao longo dos anos foi bem adptada ao turista. Hoje em dia, você verá a banda tocando músicas de musicais bem famosos. É um espetáculo! Chegue cedo para que você possa assistir tudo de perto. Nesse mesmo link você terá mais informações caso queira visitar o Buckingham Palace também.

      Aproveitando que você estará por alí, poderá fazer uma caminhada bem agradável pelos Jardins do Palácio, Green Park até o Hyde Park [http://www.royalparks.org.uk/parks/hyde-park]. No Hyde Park Corner é onde está o Arco do Wellington [http://www.english-heritage.org.uk/daysout/properties/wellington-arch/]. Neste parque é aonde acontecem alguns dos shows badalados de Londres. A Madonna, por exemplo, recusou o 02 Arena para fazer o show dela lá. Umas das atrações do Parque é o Memorial da Princesa Diana, o Memorial do Albert e a Serpentine Gallery. Andando até o Memorial do Albert você terá o Royal Albert Hall a sua frente [http://www.royalalberthall.com/] .

      Este é o teatro da Rainha Elizabeth II. Lá é aonde acontece o Proms, tradicional mostra de música clássica, entre outros. Se você tiver oportunidade vá a algum espetáculo neste teatro, ele é muito bonito. Aproveite para jantar em um dos seus três restaurantes. Você pode escolher do tradicional britânico (restaurante Elgar) à um gourmet franco-britânico (restaurante Coda). Caso passe durante o dia, não deixe de tomar um café no Café Consort. Conheço bem este teatro pois trabalhei lá por dois anos.

      Há 5 minutos andando do teatro, você poderá visitar três museus bem famosos em Londres: O Museu de Ciência [http://www.sciencemuseum.org.uk/], Museu de História Natural [http://www.nhm.ac.uk/] e o Museu Victoria e Alberto [http://www.harrods.com/]. Na minha opinião, o museu com mais belas obras entre esses é o V&A, enquanto o de História Natural é um dos edifícios mais bonitos da cidade.

      Da rua dos museus, pegue um ônibus ou caminhe até Knightsbridge. Este bairro é aonde estão algumas grandes marcas e, o mais importante, a Harrods [http://www.harrods.com/], a mais exclusiva e luxuosa loja de departamentos do mundo. Não deixe de ver o "food hall" no primeiro andar, é o que eles têm de melhor.

      No outro dia, é a hora de fazer a visita ao tão famoso Parlamento Britânico [http://www.parliament.uk/visiting/]. É lá que está a Tower Clock e o tão famoso Big Ben. Muitos ainda insistem em chamar a torre de Big Ben, enquanto na verdade, este é o nome do sino que encontra-se no topo da torre. Não sei o caminho que você fará para o seu primeiro encontro com o parlamento. Mas eu posso te garantir que o meu primeiro encontro foi triunfal, e gostaria de assim, recomendá-lo a você.

      A estação mais próxima do parlamento é a de Westminster, ela fica bem em frente ao prédio do parlamento. Quando em 2008, eu saí por aquela estação, ainda na minha primeira semana em Londres, fui surpreendido por aquela maravilha gótica contruída desde a Idade Média. O bacana desse caminho para ver o parlamento é que você sai da estação do metrô contando com uma certa distância até ver a Tower Clock. Na  verdade, assim que você termina de subir os degraus para a rua, alí estará o cartão postal de Londres, logo à sua frente. São uns daqueles momentos da sua viagem que você nunca vai esquecer.

Parlamento britânico visto da London Eye

Parlamento britânico

      Ao lado do Parlamento, você encontrará a Abadia de Westminster [http://www.westminster-abbey.org/visit-us], sendo a igreja mais famosa do país, principalmente por ser lá a coroação da monarquia britânica. Se você estiver em Londres na primavera ou verão e o tempo coloborar, claro, aproveite para fazer um piquenique nos jardins que ficam logo atrás do parlamento. Apesar de ser um lugar turístico, aqueles jardins estão vazios na maior parte do tempo. Dalí, você terá uma visão linda e próxima da Ponte de Westminster e da London Eye [http://www.londoneye.com/], uma das maiores rodas gigantes observatórias do mundo. Se você for à roda gigante e a outras atrações na cidade como o Madame Tussauds e o Aquarium, compre um combo em qualquer bilheteria dessas atrações. Comprando múltiplos bilhetes sai muito mais barato, e você não precisa ir a todas as atrações em um mesmo dia.


Abadia de Westminster




London Eye e Parlamento, vistos de umas das pontes da cidade


London Eye

Londres vista da London Eye

Tâmisa visto da London Eye

Palácio de Buckingham

      Depois de ter visto a cidade por cima, eu recomendo umas das caminhadas mais ilustres de Londres: de Westminster a Tower Bridge. Este caminho é ideal para ser feito em um meio de tarde, de preferência com sol (se você tiver sorte). Você passará por South Bank [http://www.southbanklondon.com/], que é uma área aonde está o National Theatre e muitos restaurantes à beira to Tâmisa. No verão, South Bank apresenta festivais incríveis. É um dos melhores lugares para se curtir um programa cultural e gastronômico. Além disso você passará pela famosa Millennium Bridge [http://www.londonmillenniumbridge.com/] , Tate Modern  [http://www.tate.org.uk/visit/tate-modern] e London Bridge. A Tate era uma usina de energia que foi convertida em um museu. Dentre os vários museus da cidade, este é considerado um dos mais importantes.

Trajeto de Westminster a Tower Bridge - Vista para a Millennium Bridge


Millennium Bridge e St Paul's Cathedral 



Tate Modern


Tower Bridge

Detalhes da Torre



Prefeitura de Londres




Shakespeare's Globe Theatre

HMS Belfast - Navio Museu

      Logo após atravessar a London Bridge, você estará na Tower of London [http://www.hrp.org.uk/TowerOfLondon/], lá é onde estão as jóias da coroa. Não existe uma avaliação oficial para as jóias da realeza britânica, mas acredita-se que valha em torno de 20 milhões de libras. Existem também os que acreditam que as jóias não podem nem ser avaliadas de tão precisosas que são.



Tower of London
      Toda esta caminhada pelo Tâmisa é muito bonita, mas pode ser cansativa para os que não estão acostumados a caminhar. Do Parlamento até a Tower Bridge é cerca de uma hora andando, mais o tempo que você parar em cada lugar. Se depois disso tudo você ainda tiver alguma disposição, poderá fazer uma caminhada até o Monumento [http://www.themonument.info/] e a St Paul's Cathedral [http://www.stpauls.co.uk/]. O Monumento refere-se ao Grande Incêndio ocorrido em Londres em 1666. Do contrário, não se preocupe muito, pois o metrô de Londres, famoso "Tube", te leva a todos esses lugares e a outros. Caso você esteja economizando e fazendo os trajetos a pé, não há problemas se deixar algum por fazer, compre o "one day travel card" e faça o restante em um dia. Com este "travel card" você poderá usar ônibus, metrô e, em alguns trajetos, trem. Você vai ver como o transporte dessa cidade é eficiente.

      Aqui vai um link mega útil para planejar a sua estada na cidade. Com o "Transport for London (TFL)" você pode pesquisar o melhor trajeto pelo código postal, estação ou endereço de destino. Você pode planejar sua viagem de metrô, ônibus, "overground", "DLR", trem, teleférico, bicicleta etc. [http://www.tfl.gov.uk/].

St Paul's Cathedral

      Ainda existem alguns lugares que você jamais deveria deixar de ir em Londres. Pegando um metrô até a estação de Marble Arch vai ser o início de um outro dia. Esse também é um bom lugar para fazer compras. Da estação de Marble Arch você poderá andar toda a Oxford Street e Regent Street, ruas principais para compras na cidade. Logo em frente a essa estação você verá a Primark, uma rede irlandesa que é febre em alguns países da Europa. Esta cadeia é conhecida por ter tudo mega barato, muitas vezes com qualidade duvidosa, mas agrada muito as mulheres devido a grande variedade e aos preços baixíssimos. Por lojas como essas, já tive amigos trocando Nova Iorque por Londres para irem às compras.

      Mais a frente você encontrará uma das maiores lojas de departamento do país, a Selfridges & Co.  Variedade de lojas não falta nessas ruas. No meio da Oxford Street começa a Regent Street, também com muitas lojas. Uma das maiores lojas de brinquedos está alí, é a Hamleys [http://www.hamleys.com/]. Entrar nessa loja é como sentir-se criança novamente. Lá você verá atores fantasiados e você pode brincar com os brinquedos da loja... Tente pelo menos dar uma passada.

      Continuando pela Regent Street, você chegará em Piccadilly, aonde estão os famosos anúncios de diferentes marcas. Aos que apreciam uma vida gourmet, alí ao lado está a famosa Fortnum & Mason [http://www.fortnumandmason.com/], uma loja de departamentos em que o seu "food hall" é conhecido como "The Queen's groceries". A loja começou a receber todo este prestígio desde a época da rainha Vitória, quando ela autorizou a loja a usar o selo oficial da família real para registrar a qualidade de alguns de seus produtos. Se o tempo tiver bom para um piquenique como almoço, vá no subsolo da F&M e compre uma baguete com gergelim e um brie trufado. Peça para cortarem o pão e o queijo pra você e vá ao Green Park, menos de 5 minutos andando. Garanto que será um belo banquete!


Hampstead Heath Park


Esquilo Londrino :)

     Uma outra dica, mesmo não sendo inglesa, é para os que gostarem de macarrons. Do outro lado da rua da F&M tem uma Ladurée. Se você já comeu, certamente sabe do que eu estou falando. Se ainda não experimentou, não deixe de pedir o de pistache e o de baunilha, dois clássicos.

     Voltando para Piccadilly, você poderá explorar Covent Garden e Soho. Covent Garden é um bom lugar para passear em uma tarde e parar em um dos seus cafés. Já o Soho é uma boa extensão da noite. Um final de tarde em um dos seus pubs e, aos que gostarem, terminar em um night club. No Soho, está também a Chinatown, uma bela pedida aos que apreciam restaurantes e os famosos "take aways" chineses. Muito perto também está a famosa Trafalgar Square e a Galeria Nacional, dois outros cartões-postais da cidade.

Piccadilly Circus

      Aos apreciadores de vinho, o Gordon´s Wine Bar [http://www.gordonswinebar.com/] vai te surpreender. O bar é uma espécie de caverna que ainda tem peças da sua decoração inicial. Não chegue muito tarde, pois este bar lota. Dê uma olhada nas fotos do bar, a visita vale muito a pena! Se a sua onda for mais cerveja, em Leicester Square tem o Waxy O´Connors [http://www.waxyoconnors.co.uk/index.php/welcome-to-waxys-london], um pub irlandes com um ótimo ambiente. A cerveja não é a mais barata da cidade, mas o pub tem uma decoração bem incomum, com uma árvore e um mezanino no meio do pub, e outros ambientes que fazem você sentir-se em um casarão antigo.

Típico Pub Inglês


A cidade é cheia destas surpresas!






 








   
      Um outro lugar muito falado em Londres é Camden Town, aonde a famosa Amy Winehouse morava. Camden é um lugar conhecido pelas suas feirinhas, lojas, canais e frequentadores alternativos, casa de góticos, alternativos, roqueiros, punks e admiradores da Amy. É um ambiente único na capital Britânica. O barato de Camden é comer uma comida de rua e beber uma "pint" à beira do canal. Se estiver com disposição de andar, faça uma caminhada até o Regent´s Park, este é um dos parques da realeza e, na minha opinião, o mais bonito de todos!


Camden Town




Feira de rua em Camden

Loja Vintage


Feira de Comida

Bancos com vista para o canal

     Um outro ambiente tanto falado em Londres é Chelsea. Este é um dos bairros mais caros da cidade. Um bairro elegante, com lojas de alta costura e com uma galeria de arte que eu sou fã, a Saatchi Galery. Se tiver tempo, pare em uma casa de chá ou café deste bairro. Aproveite para conhecer a Saatchi, é uma galeria com obras contemporâneas belíssimas. Fica logo na King´s road, a rua das compras no bairro.

     Aos amantes do "Notting Hill", é impensável deixar a cidade sem passar pelo bairro tema desse grande filme. Uma das coisas que eu mais gosto ao assistir um filme, é conhecer o lugar aonde ele passa. É muito bom rever o filme depois de ter explorado esse bairro. O mais popular no bairro é a feira, que tem de roupas, artesanato à comida de rua. Confirme os dias da feira no site [http://www.portobelloroad.co.uk/the-market/].

Umas das bancas no Portobello Market
      Se você quiser explorar mais do que a cidade tem pra te mostrar de moderno, Canary Wharf vai ser o seu lugar. Canary Wharf é o antigo porto revitalizado e transformado no centro financeiro da cidade. Você encontra vários edifícios novos, tanto comerciais como residenciais. É uma área muito agradável de se visitar. Por alí, e por toda a cidade, você vai sentir um pouco da cultura alcoólatra que o inglês tem. Logo após o expediente terminar, vemos os "pubs" cheios de executivos e trabalhadores de escritório prontos para o "happy hour", que por muitas vezes, extende-se até a batida do sino às 23h.

      Se você pensa em fazer o passeio pelo Tâmisa, poderá fazê-lo até Greenwhich. O passeio tem duração de uma hora cada trajeto. Você pode descer em Greenwhich e voltar em um próximo barco com o mesmo bilhete.  Este é um um dos cruzeiros que você pode fazer: [http://www.thamesriverservices.co.uk/discount-boat-trips-greenwich.cfm].

            Um lugar diferente de se conhecer na cidade é Brick Lane. A estações mais próximas são Shoreditch High Street (overground) ou Liverpool Street e Aldgate East (metrô). Este lugar é conhecido por ser frequentado por muitos nacionais de Bangladesh. Alí encontram-se muitos restaurantes e uma feirinha com especiarias de Bangladesh. A culinária bengali é muito parecida com a indiana nos seus temperos e preparo. Gastronomicamente, alí é aonde você terá a experiência mais próxima da culinária bengali-indiana na cidade. Brick Lane é um bom retrato aos que querem ver Londres pelo seu lado de uma das cidades mais cosmopolitas do mundo.
   
      
Brick Lane




   



         

Monday 15 July 2013

O início


      Viajar sempre foi uma grande paixão. É filosofia de vida, é esquecer um pouco de tudo aquilo que temos como referência no nosso dia-a-dia e abrir-se a novas experiências, sejam elas idiomáticas, exploratórias, históricas ou gastronômicas. Penso que a chave de uma boa viagem é juntar um pouco de tudo e aprender mais sobre o lugar que está sendo visitado, é se encantar com uma arquitetura diferente, uma vegetação antes nunca vista e um paladar que vale a pena ser lembrado e registrado, quer seja na memória, em fotos, em um caderno de viagens ou em um blog. Quando digo que viajar é uma filosofia de vida, um estado de espírito, é porque acho que as experiências são vividas e provadas, muito mais que lidas e, através dessas experiências tentamos definir em palavras o que testemunhamos. Amyr Klink fortaleceu a idéia que eu já tinha em mente quando, aos 18 anos, decidi sair de casa pra explorar o mundo. Klink fala lindamente que:

      “Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.

      Este blog conta o que eu vivi nas minhas viagens e dá dicas de lugares que, na minha opinião, valem a pena serem visitados. Como um apaixonado por viajar, a maior parte das minhas dicas refere-se a culinária local, ´hotspots´ culturais e dicas para viajantes em geral. As dicas são as mais variadas possíveis, de uma cerveja em um copo de plástico no Bairro Alto em Lisboa, até um restaurante ´gourmet´ Ítalo-francês em Bruxelas. Tudo aquilo que de alguma maneira representa a cultura local ou uma nova experiência, é extramemente bem-vindo nas minhas explorações. Espero que as fotos ajudem a retratar um pouco da experiência que eu tive nesses lugares.

      Nas minhas aventuras, eu estive em lugares bem conhecidos e outros nem tanto. Minha primeira viagem internacional foi à Buenos Aires, aos 18 anos. Foi uma viagem que fui encontrar familiares. Logo após essa viagem eu decidi que queria viver um tempo fora do Brasil. Estava na época de inscrições para a faculdade de jornalismo na FACHA, no Rio de Janeiro, mas acabei largando tudo e vindo morar na Europa. Morei por alguns meses em Portugal e depois vim para a Inglaterra, aonde comecei a faculdade de Relações Públicas e Gestão Internacional em Hospitalidade.

      Quero que este blog seja uma bela oportunidade para escrever e registrar as experiências maravilhosas que tenho tido mundo afora. As primeiras cidades a serem abordadas serão: Budapeste, Bratislava, Viena, Cesky Krumlov e Praga. Nos meus comentários de viagem vou sempre tentar sugerir hotéis, hostels, restaurantes e outras dicas.

      No início das minhas viagens sempre fiquei em albergues. Recomendo o Hostel Word [http://www.hostelworld.com/]. É um site de reservas de albergues, guest houses, B&Bs e hotéis mais simples. O que eu gosto desse site é que ele tem guias das principais cidades no mundo, e você não precisa reservar com eles para ter acesso aos guias. Na minha opinião, ficar em albergue compensa quando você quer dividir quarto, assim é barato. Se você estiver viajando em casal isso muda um pouco, pois muitos albergues têm o mesmo preço que hotéis, em geral três estrelas, quando aluga-se um quarto para casal. Viajando em casal passei a usar o www.booking.com. Com ele você pode pagar antecipadamente ou somente no check-out, você escolhe. Tenho uma amiga que recentemente me indicou o www.airbnb.com. Este é um site principalmente de guesthouses. Alguns você dividirá a casa com a família e em outros será  como um hotel sem classificação. Ainda não estou tão familiarizado com o site, mas pelos comparativos que já fiz, parece ser mais em conta.

      Fique à vontade para pedir mais informações, sugerir e criticar.

Próximos Destinos: um cruzeiro pelo Mediterrâneo

      Não vejo a hora de chegar o dia da próxima viagem! Uma viagem pela Europa jamais estará completa antes de explorar o mediterrâneo. A viagem está marcada para o final de setembro, quando o clima pode se apresentar não tão favorável como Julho e Agosto. De qualquer forma, hoje em dia muitos guias recomendam a visita ao Mediterrâneo em setembro, pois além de ser menos tumultoado e os preços estarem mais baixos, existem muitos festivais acontecendo. Um exemplo de festival no Mediterrâneo em setembro é o Festival Internacional de Filme em Atenas [http://gogreece.about.com/od/greeceyearyound/a/greeceseptember_2.htm].

      A mudança de temperatura máxima citada em alguns guias é de 33C, em Agosto, para 29C em setembro. No final das contas, a queda de temperatura somada à economia que você fará pode acabar compensando para o seu bolso. A melhor forma e mais econômica que decidimos para finalmente conhecermos algumas costas desse mar foi um cruzeiro. Os cruzerios em setembro são vendidos até 50% mais baratos!

      O Cruzeiro escolhido foi o MSC [http://www.msccruises.com]. Existe um outro bem popular que é o Costa [http://www.costacruise.com/]. Eles são ambos bem comentados e, na maioria das vezes, com os melhores preços. 

      O trajeto começará em Veneza e passará por Bari, Katakolon, Santorini, Piraeus (Atenas), Corfu e Dubrovinik. Será uma excelente oportunidade para conhecermos não só as Ilhas Gregas e Atenas, como um pouco mais da Itália (Veneza e Bari) e da tão comentada Dubrovinik, este sendo o principal destino da Croácia. Certamente aproveitaremos o ponto de embarque e ficaremos mais uns dias na antiga capital da famosa Sereníssima.

      O que considero uma grande vantagem de um cruzeiro às Ilhas Gregas é a economia que se terá nos trajetos que, se você estivesse hospedado em um hotel, teria que pagar em balsas ou vôos de uma ilha à outra. Este é o site para os bilhetes de balsa: [http://www.aktoploika.gr/]. Pela pesquisa que fiz para alguns trajetos, a média de bilhetes para o mês de setembro aparece por 30 euros cada. Te garanto que só a economia das balsas paga metada do cruzeiro nesta mesma época! Sem falar que o cruzeiro será a sua hospedagem com full-board por oito dias (bebidas à parte). Na minha opinião, a sua maior desvantagem é estar limitado a um dia para visitar cada cidade, já que os navios atracam pela manhã e deixam os portos no final da tarde do mesmo dia. Entretanto, a principal atração de um passeio desses são as paisagens, as quais certamente não faltarão em nenhum ângulo visto do navio.


Sunday 14 July 2013

Budapeste, iluminada é ainda mais bonita


      Nós escolhemos Budapeste no início da primevera, aonde pensamos que flores e sunshine estariam a nossa espera. A história acabou sendo um pouco diferente. Apesar de termos chegado à cidade no final de março, o tempo estava ainda muito frio, o céu cinzento e levemente nevada.

      Pudemos sentir a hospitalidade do povo húngaro desde a taxista que nos levou ao hotel. Ela recomendou alguns lugares na cidade para visitarmos e falou da cidade com muito carinho, uma ótima primeira impressão. Taxi e transfer saem praticamente o mesmo preço se você estiver em duas pessoas.

      Assim que chegamos ao hotel fomos ao restaurante Horgászlania Vendégló ($), indicado pelo recepcionista do nosso hotel, o Calrton [http://www.carltonhotel.hu], uma dica que valeu a pena. O restaurante fica entre o hotel e o parlamento, sendo que do outro lado do Danúbio. Saindo dalí fomos ao Parlamento e demos uma volta no centro da cidade, na avenida Andrassy, conhecida como a Champs Elyseé húngara, uma rua com o que se tem de melhor na cidade. A avenida é bem agradável de se andar, com belos cafés e é rua principal de quem gosta de comprar durante as viagens.

      Já anoitecendo e novamente com fome, fomos em um restaurante Húngaro-Belga que fica ao lado do nosso hotel, chamado Peter Marcus ($$) [http://www.patermarcus.hu] . Escolhemos umas belas cervejas belgas como um prato de peixe para petisco (fish plater), sensacional. Como apreciamos pouco comer e beber, engatamos em uma degustação de cerveja belga. Se você ficar no Carlton, assim como nós, poderá empolgar-se às cervejas belgas à vontade, pois para voltar para o quarto basta subir uns degraus e pegar o elevador.
Degustação de cervejas Belgas
      No segundo dia na cidade fomos visitar o castelo. O nosso hotel fica em uma ótima localização, bem próximo da subida para o castelo e do Fisherman Place, uma das melhores vistas da cidade. A Galeria Nacional (http://www.mng.hu/en ) tem obras medieváis, renascentistas e contemporâneas. O último andar, tem obras contemporâneas bem interessantes, como pinturas e instalações. Ainda no Fisherman Place nós fomos ao Miró ($$), um restaurante-café com um ambiente bem agradável e com a decoração em homenagem ao Miró. A comida era boa, mas nada excepcional. Se passarem por alí indicaria pelo menos um café ou uma taça de vinho no local, com certeza você vai querer descançar depois da subida ao castelo. Depois de visitarmos esses lugares e a Galeria Nacional fomos numa caminhada à beira do Danubio até o mercado municipal, certa de 30 minutos, em inglês chamado de Great Food Market

Fisherman Place
















Galeria Nacional















Mercado Municipal
















Páprica húngara. Apesar de ser somente uma páprica, é a melhor que já comi.






      O mercado é o point da cidade para frutas, verduras, roupas e artesanatos. Algumas coisas com preços acessíveis, outras nem tanto. No segundo andar do mercado as comidas são mega baratas, vendem-se sanduíches a partir de 150HUF (R$1,35). Comprem lá a páprica húngara apimentada, é a melhor. Após caminharmos de volta beirando o Danúbio, tivemos o privilégio de ver o Parlamento, a Ponte Széchenyi Lánchíd e o Palácio iluminados. Estes monumentos são lindos quando vistos à beira do Danúbio. É uma vista que compensa cada vento frio que enfrentamos ao cruzar aquela ponte de Peste até Buda. Lol

      Não satisfeitos com o que a primeira noite no Peter Marcus ($$), voltamos no restaurante Húngaro-Belga para uma Chimay e uns petiscos. Desta vez pedimos um prato de carne para petisco (meat platter) o qual estava ainda melhor do que o fish platter. O menu deste restaurante não surpreende, mas o tempero caseiro faz você querer voltar nele enquanto estiver na cidade que, mesmo eu, gostando de explorar ambientes novos a cada dia, não resisti em voltar ao resturante para outro round. O prato é servido para duas pessoas e vem com filet mignon, peito de frango grelhado, coxa de pato frita, bife à milanesa com sementes de gergelim e girassol e de acompanhamento um molho de mostarda e um de cogumelos. Apesar de não ser o típico prato húngaro, este platter foi gastronomicamente o ponto alto de Budapeste. O que mostra que o tempero caseiro do húngaro é muito bom.

Petiscos de carne
      No ultimo dia na cidade fomos a Praça dos Heróis e logo depois a um banho termal, logo atrás da praça, um must da cidade. O banho que fomos chama-se Banhos Termais Szechenyi (http://www.szechenyibath.com/) . O hall de entrada do prédio tem umas pinturas fantásticas e as demais partes do complexo não decepcionam. Este banho termal por incrível que pareça, tem banhos do lado de fora, mesmo com a cidade aos seus 2 graus. A experiência é única e você pode ir à várias piscinas com temperaturas de até 38 graus! Algumas piscinas você pode fazer exercícios físicos, nadar ou se preferir só relaxar e curtir o banho. Na parte externa tem lanchonetes e tabuleiro de xadrez para os que curtirem o dia inteiro no complexo. Uma dica importante para este banho é levar dinheiro para depósito das toalhas. Eles cobram  um depódito de uns 4500 HUF para cada toalha, devolvido no retorno das mesmas. Vá com dinheiro, pois lá dentro eles não aceitam cartão de crédito ou débito. O banho foi francamente, uma das melhores partes de Budapeste. Uma hora e meia na minha opinião são suficientes, depois disso começa a ficar um pouco boring. Para a próxima cidade, fizemos o trajeto de trêm.

Budapeste sem dúvidas, tem como principais atrativos a culinária e as vistas para o Danúbio.
Hall do Szechenyi

Praça dos Heróis
Parte externa do banho termal


Bratislava, uma cidade coberta de neve




             
      O tempo em Bratislava era curto e, após termos chegado na cidade percebemos que a data também pouco nos favorecia, era véspera de Sexta-feira Santa. A cidade parou neste país aonde  mais de 90% da população é cristã. Minhas expectativas da cidade eram altas pelo fato de eu ter visto em alguns guias que a pequena capital surpreendia. Quando chegamos na cidade, na quinta-feira antes da páscoa, a cidade estava toda nevada e tivemos muita dificuldade de comunicação, já que poucos falavam inglês e não pareciam muito receptivos em ajudar. Como não conseguimos orientação de como chegar ao hotel, acabamos pegando um táxi. 

      Pelo fato de termos chegado à noite na cidade e no outro dia ser feriado, a maior parte da cidade estava fechada e com o chão absolutamente escorregadio de neve que aos poucos se derretia, em inglês conhecido como “slush”. Só conseguimos ir às ruas de compras e restaurantes da cidade, que nos leva à praça principal. O que mais apreciamos da cidade foi a gastronomia. Estivemos no Presburg ($$) [http://www.tripadvisor.co.uk/Restaurant_Review-g274924-d1147084-Reviews-Presburg-Bratislava_Bratislava_Region.html], um restaurante regional da capital eslovaca aonde fomos muito bem recebidos. Bebemos a cerveja Saris, uma cerveja local. Recomendo-a aos apreciadores de cerveja escura. É aquele tipo de cerveja preta que conserva o amargo que toda cerveja, na minha opiniao, deveria ter. Nesta gastronomia rústica comi pato assado com repolho roxo e bolinhos (dumplings) de pão. 

Praça Principal

Prédios em Bratislava
             
Pato assado com repolho roxo e bolinhos de pão (dumplings)

Cerveja preta eslovaca


   
Bondinho na capital eslovaca

 
      Ficamos no hotel Saffron [http://www.hotelsaffron.sk], fica a 10 minutos andando do centro da cidade. O hotel é novo, com quartos espaçosos e as as áreas comuns também bem confortáveis. É um 4 estrelas que merece esta classificação. Entretanto, o café da manhã podia ser melhor.

      Resumindo a nossa experiencia em Bratislava, eu penso que a cidade tem sim algo a oferecer, o qual infelizmente devido ao tempo e ao feriado, muito pouco podemos desfrutar. Além disso, sentimos que as pessoas que encontramos poderiam ter sido mais receptivas e, na maioria das vezes, pouco falavam inglês e pouco se esforçavam pra isso. De qualquer forma, passar por diferentes cidades no Leste da Europa faz-nos ver mais a diferença entre o Leste do resto da Europa. Nesses países você vê fortemente as características e diferenças entre Europa Ocidental e Europa Oriental. Sugiro uma passagem por Bratislava, na minha opinião dormir não é necessário.