Monday 15 July 2013

O início


      Viajar sempre foi uma grande paixão. É filosofia de vida, é esquecer um pouco de tudo aquilo que temos como referência no nosso dia-a-dia e abrir-se a novas experiências, sejam elas idiomáticas, exploratórias, históricas ou gastronômicas. Penso que a chave de uma boa viagem é juntar um pouco de tudo e aprender mais sobre o lugar que está sendo visitado, é se encantar com uma arquitetura diferente, uma vegetação antes nunca vista e um paladar que vale a pena ser lembrado e registrado, quer seja na memória, em fotos, em um caderno de viagens ou em um blog. Quando digo que viajar é uma filosofia de vida, um estado de espírito, é porque acho que as experiências são vividas e provadas, muito mais que lidas e, através dessas experiências tentamos definir em palavras o que testemunhamos. Amyr Klink fortaleceu a idéia que eu já tinha em mente quando, aos 18 anos, decidi sair de casa pra explorar o mundo. Klink fala lindamente que:

      “Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.

      Este blog conta o que eu vivi nas minhas viagens e dá dicas de lugares que, na minha opinião, valem a pena serem visitados. Como um apaixonado por viajar, a maior parte das minhas dicas refere-se a culinária local, ´hotspots´ culturais e dicas para viajantes em geral. As dicas são as mais variadas possíveis, de uma cerveja em um copo de plástico no Bairro Alto em Lisboa, até um restaurante ´gourmet´ Ítalo-francês em Bruxelas. Tudo aquilo que de alguma maneira representa a cultura local ou uma nova experiência, é extramemente bem-vindo nas minhas explorações. Espero que as fotos ajudem a retratar um pouco da experiência que eu tive nesses lugares.

      Nas minhas aventuras, eu estive em lugares bem conhecidos e outros nem tanto. Minha primeira viagem internacional foi à Buenos Aires, aos 18 anos. Foi uma viagem que fui encontrar familiares. Logo após essa viagem eu decidi que queria viver um tempo fora do Brasil. Estava na época de inscrições para a faculdade de jornalismo na FACHA, no Rio de Janeiro, mas acabei largando tudo e vindo morar na Europa. Morei por alguns meses em Portugal e depois vim para a Inglaterra, aonde comecei a faculdade de Relações Públicas e Gestão Internacional em Hospitalidade.

      Quero que este blog seja uma bela oportunidade para escrever e registrar as experiências maravilhosas que tenho tido mundo afora. As primeiras cidades a serem abordadas serão: Budapeste, Bratislava, Viena, Cesky Krumlov e Praga. Nos meus comentários de viagem vou sempre tentar sugerir hotéis, hostels, restaurantes e outras dicas.

      No início das minhas viagens sempre fiquei em albergues. Recomendo o Hostel Word [http://www.hostelworld.com/]. É um site de reservas de albergues, guest houses, B&Bs e hotéis mais simples. O que eu gosto desse site é que ele tem guias das principais cidades no mundo, e você não precisa reservar com eles para ter acesso aos guias. Na minha opinião, ficar em albergue compensa quando você quer dividir quarto, assim é barato. Se você estiver viajando em casal isso muda um pouco, pois muitos albergues têm o mesmo preço que hotéis, em geral três estrelas, quando aluga-se um quarto para casal. Viajando em casal passei a usar o www.booking.com. Com ele você pode pagar antecipadamente ou somente no check-out, você escolhe. Tenho uma amiga que recentemente me indicou o www.airbnb.com. Este é um site principalmente de guesthouses. Alguns você dividirá a casa com a família e em outros será  como um hotel sem classificação. Ainda não estou tão familiarizado com o site, mas pelos comparativos que já fiz, parece ser mais em conta.

      Fique à vontade para pedir mais informações, sugerir e criticar.

Próximos Destinos: um cruzeiro pelo Mediterrâneo

      Não vejo a hora de chegar o dia da próxima viagem! Uma viagem pela Europa jamais estará completa antes de explorar o mediterrâneo. A viagem está marcada para o final de setembro, quando o clima pode se apresentar não tão favorável como Julho e Agosto. De qualquer forma, hoje em dia muitos guias recomendam a visita ao Mediterrâneo em setembro, pois além de ser menos tumultoado e os preços estarem mais baixos, existem muitos festivais acontecendo. Um exemplo de festival no Mediterrâneo em setembro é o Festival Internacional de Filme em Atenas [http://gogreece.about.com/od/greeceyearyound/a/greeceseptember_2.htm].

      A mudança de temperatura máxima citada em alguns guias é de 33C, em Agosto, para 29C em setembro. No final das contas, a queda de temperatura somada à economia que você fará pode acabar compensando para o seu bolso. A melhor forma e mais econômica que decidimos para finalmente conhecermos algumas costas desse mar foi um cruzeiro. Os cruzerios em setembro são vendidos até 50% mais baratos!

      O Cruzeiro escolhido foi o MSC [http://www.msccruises.com]. Existe um outro bem popular que é o Costa [http://www.costacruise.com/]. Eles são ambos bem comentados e, na maioria das vezes, com os melhores preços. 

      O trajeto começará em Veneza e passará por Bari, Katakolon, Santorini, Piraeus (Atenas), Corfu e Dubrovinik. Será uma excelente oportunidade para conhecermos não só as Ilhas Gregas e Atenas, como um pouco mais da Itália (Veneza e Bari) e da tão comentada Dubrovinik, este sendo o principal destino da Croácia. Certamente aproveitaremos o ponto de embarque e ficaremos mais uns dias na antiga capital da famosa Sereníssima.

      O que considero uma grande vantagem de um cruzeiro às Ilhas Gregas é a economia que se terá nos trajetos que, se você estivesse hospedado em um hotel, teria que pagar em balsas ou vôos de uma ilha à outra. Este é o site para os bilhetes de balsa: [http://www.aktoploika.gr/]. Pela pesquisa que fiz para alguns trajetos, a média de bilhetes para o mês de setembro aparece por 30 euros cada. Te garanto que só a economia das balsas paga metada do cruzeiro nesta mesma época! Sem falar que o cruzeiro será a sua hospedagem com full-board por oito dias (bebidas à parte). Na minha opinião, a sua maior desvantagem é estar limitado a um dia para visitar cada cidade, já que os navios atracam pela manhã e deixam os portos no final da tarde do mesmo dia. Entretanto, a principal atração de um passeio desses são as paisagens, as quais certamente não faltarão em nenhum ângulo visto do navio.


Sunday 14 July 2013

Budapeste, iluminada é ainda mais bonita


      Nós escolhemos Budapeste no início da primevera, aonde pensamos que flores e sunshine estariam a nossa espera. A história acabou sendo um pouco diferente. Apesar de termos chegado à cidade no final de março, o tempo estava ainda muito frio, o céu cinzento e levemente nevada.

      Pudemos sentir a hospitalidade do povo húngaro desde a taxista que nos levou ao hotel. Ela recomendou alguns lugares na cidade para visitarmos e falou da cidade com muito carinho, uma ótima primeira impressão. Taxi e transfer saem praticamente o mesmo preço se você estiver em duas pessoas.

      Assim que chegamos ao hotel fomos ao restaurante Horgászlania Vendégló ($), indicado pelo recepcionista do nosso hotel, o Calrton [http://www.carltonhotel.hu], uma dica que valeu a pena. O restaurante fica entre o hotel e o parlamento, sendo que do outro lado do Danúbio. Saindo dalí fomos ao Parlamento e demos uma volta no centro da cidade, na avenida Andrassy, conhecida como a Champs Elyseé húngara, uma rua com o que se tem de melhor na cidade. A avenida é bem agradável de se andar, com belos cafés e é rua principal de quem gosta de comprar durante as viagens.

      Já anoitecendo e novamente com fome, fomos em um restaurante Húngaro-Belga que fica ao lado do nosso hotel, chamado Peter Marcus ($$) [http://www.patermarcus.hu] . Escolhemos umas belas cervejas belgas como um prato de peixe para petisco (fish plater), sensacional. Como apreciamos pouco comer e beber, engatamos em uma degustação de cerveja belga. Se você ficar no Carlton, assim como nós, poderá empolgar-se às cervejas belgas à vontade, pois para voltar para o quarto basta subir uns degraus e pegar o elevador.
Degustação de cervejas Belgas
      No segundo dia na cidade fomos visitar o castelo. O nosso hotel fica em uma ótima localização, bem próximo da subida para o castelo e do Fisherman Place, uma das melhores vistas da cidade. A Galeria Nacional (http://www.mng.hu/en ) tem obras medieváis, renascentistas e contemporâneas. O último andar, tem obras contemporâneas bem interessantes, como pinturas e instalações. Ainda no Fisherman Place nós fomos ao Miró ($$), um restaurante-café com um ambiente bem agradável e com a decoração em homenagem ao Miró. A comida era boa, mas nada excepcional. Se passarem por alí indicaria pelo menos um café ou uma taça de vinho no local, com certeza você vai querer descançar depois da subida ao castelo. Depois de visitarmos esses lugares e a Galeria Nacional fomos numa caminhada à beira do Danubio até o mercado municipal, certa de 30 minutos, em inglês chamado de Great Food Market

Fisherman Place
















Galeria Nacional















Mercado Municipal
















Páprica húngara. Apesar de ser somente uma páprica, é a melhor que já comi.






      O mercado é o point da cidade para frutas, verduras, roupas e artesanatos. Algumas coisas com preços acessíveis, outras nem tanto. No segundo andar do mercado as comidas são mega baratas, vendem-se sanduíches a partir de 150HUF (R$1,35). Comprem lá a páprica húngara apimentada, é a melhor. Após caminharmos de volta beirando o Danúbio, tivemos o privilégio de ver o Parlamento, a Ponte Széchenyi Lánchíd e o Palácio iluminados. Estes monumentos são lindos quando vistos à beira do Danúbio. É uma vista que compensa cada vento frio que enfrentamos ao cruzar aquela ponte de Peste até Buda. Lol

      Não satisfeitos com o que a primeira noite no Peter Marcus ($$), voltamos no restaurante Húngaro-Belga para uma Chimay e uns petiscos. Desta vez pedimos um prato de carne para petisco (meat platter) o qual estava ainda melhor do que o fish platter. O menu deste restaurante não surpreende, mas o tempero caseiro faz você querer voltar nele enquanto estiver na cidade que, mesmo eu, gostando de explorar ambientes novos a cada dia, não resisti em voltar ao resturante para outro round. O prato é servido para duas pessoas e vem com filet mignon, peito de frango grelhado, coxa de pato frita, bife à milanesa com sementes de gergelim e girassol e de acompanhamento um molho de mostarda e um de cogumelos. Apesar de não ser o típico prato húngaro, este platter foi gastronomicamente o ponto alto de Budapeste. O que mostra que o tempero caseiro do húngaro é muito bom.

Petiscos de carne
      No ultimo dia na cidade fomos a Praça dos Heróis e logo depois a um banho termal, logo atrás da praça, um must da cidade. O banho que fomos chama-se Banhos Termais Szechenyi (http://www.szechenyibath.com/) . O hall de entrada do prédio tem umas pinturas fantásticas e as demais partes do complexo não decepcionam. Este banho termal por incrível que pareça, tem banhos do lado de fora, mesmo com a cidade aos seus 2 graus. A experiência é única e você pode ir à várias piscinas com temperaturas de até 38 graus! Algumas piscinas você pode fazer exercícios físicos, nadar ou se preferir só relaxar e curtir o banho. Na parte externa tem lanchonetes e tabuleiro de xadrez para os que curtirem o dia inteiro no complexo. Uma dica importante para este banho é levar dinheiro para depósito das toalhas. Eles cobram  um depódito de uns 4500 HUF para cada toalha, devolvido no retorno das mesmas. Vá com dinheiro, pois lá dentro eles não aceitam cartão de crédito ou débito. O banho foi francamente, uma das melhores partes de Budapeste. Uma hora e meia na minha opinião são suficientes, depois disso começa a ficar um pouco boring. Para a próxima cidade, fizemos o trajeto de trêm.

Budapeste sem dúvidas, tem como principais atrativos a culinária e as vistas para o Danúbio.
Hall do Szechenyi

Praça dos Heróis
Parte externa do banho termal


Bratislava, uma cidade coberta de neve




             
      O tempo em Bratislava era curto e, após termos chegado na cidade percebemos que a data também pouco nos favorecia, era véspera de Sexta-feira Santa. A cidade parou neste país aonde  mais de 90% da população é cristã. Minhas expectativas da cidade eram altas pelo fato de eu ter visto em alguns guias que a pequena capital surpreendia. Quando chegamos na cidade, na quinta-feira antes da páscoa, a cidade estava toda nevada e tivemos muita dificuldade de comunicação, já que poucos falavam inglês e não pareciam muito receptivos em ajudar. Como não conseguimos orientação de como chegar ao hotel, acabamos pegando um táxi. 

      Pelo fato de termos chegado à noite na cidade e no outro dia ser feriado, a maior parte da cidade estava fechada e com o chão absolutamente escorregadio de neve que aos poucos se derretia, em inglês conhecido como “slush”. Só conseguimos ir às ruas de compras e restaurantes da cidade, que nos leva à praça principal. O que mais apreciamos da cidade foi a gastronomia. Estivemos no Presburg ($$) [http://www.tripadvisor.co.uk/Restaurant_Review-g274924-d1147084-Reviews-Presburg-Bratislava_Bratislava_Region.html], um restaurante regional da capital eslovaca aonde fomos muito bem recebidos. Bebemos a cerveja Saris, uma cerveja local. Recomendo-a aos apreciadores de cerveja escura. É aquele tipo de cerveja preta que conserva o amargo que toda cerveja, na minha opiniao, deveria ter. Nesta gastronomia rústica comi pato assado com repolho roxo e bolinhos (dumplings) de pão. 

Praça Principal

Prédios em Bratislava
             
Pato assado com repolho roxo e bolinhos de pão (dumplings)

Cerveja preta eslovaca


   
Bondinho na capital eslovaca

 
      Ficamos no hotel Saffron [http://www.hotelsaffron.sk], fica a 10 minutos andando do centro da cidade. O hotel é novo, com quartos espaçosos e as as áreas comuns também bem confortáveis. É um 4 estrelas que merece esta classificação. Entretanto, o café da manhã podia ser melhor.

      Resumindo a nossa experiencia em Bratislava, eu penso que a cidade tem sim algo a oferecer, o qual infelizmente devido ao tempo e ao feriado, muito pouco podemos desfrutar. Além disso, sentimos que as pessoas que encontramos poderiam ter sido mais receptivas e, na maioria das vezes, pouco falavam inglês e pouco se esforçavam pra isso. De qualquer forma, passar por diferentes cidades no Leste da Europa faz-nos ver mais a diferença entre o Leste do resto da Europa. Nesses países você vê fortemente as características e diferenças entre Europa Ocidental e Europa Oriental. Sugiro uma passagem por Bratislava, na minha opinião dormir não é necessário.

Viena, a pequena encantadora




      Viena nos recebeu de braços abertos: muito sol, pessoas bem educadas e uma cidade limpa e agradável. Tínhamos boas expectativas para a cidade, mas cada minuto nela nos surpreendeu. Não tivemos nenhuma dificuldade de comunicação desde o início, quando chegamos de Bratislava na estação Wien Hauptbonhof. Um atendente super simpático nos explicou claramento como chegávamos ao hotel que, por mais uma vez, tem uma localização estratégica para turistar. O hotel fica próximo da estacão de metrô Rathaus e têm vários locais próximos como o Parlamento, o City Hall, Universidade de VienaMuseu da Sisi e outros. 

      O hotel Alpha Wien [http://www.austria-hotels.at/hotel-alpha/index.htmlé um três estrelas austríaco, ou seja, um belo três estrelas. O café da manhã é muito bom e os funcionários com que tivemos contato foram também muito simpáticos e prestativos. Mais um detalhe que faz este hotel especial é que fomos recebidos com chocolates e com uma mensagem na televisão do nosso quarto dizendo: ''Mr & Ms Martins, I wish you have a very good time in Vienna''. Depois de tanta educação, bom tempo e um povo tão receptivo só me resta admitir: Viena promete!


Catedral de São Estevão
Igreja Votive

Parlamento


Museu de História Natural

      Como estávamos famintos, fomos a um restaurante recomendado pelo hotel. O restaurante chamava-se  Marienhof ($$) [http://www.m-eventcatering.at/marienhof.html]. Comemos um Schnitzel de carne de boi e um de porco. Apesar de o tradicional Schnitel de Viena ser de carne de veado, hoje em dia o de carne de boi e de carne de porco são mais populares. Para acompanhar escolhemos um Friedrich Blauer Zweigelt Prestige, tradicional vinho austriaco desde 1588. Para meu paladar o vinho tinha um gosto demasiado alcoólico, mas depois de decantado ficou mais agradavel. Não recomendo este vinho aos amantes de vinho seco, ele não vai agradar.

      No segundo dia na cidade nós acordamos bem cedo para aproveitarmos ao máximo. Fomos ao Palácio de Schonbrunn [http://www.schoenbrunn.at/en.html ], aonde a Imperatriz Sisi morou. O palácio é lindíssimo e é um must da cidade. Todo o processo demora um pouco, é praticamente meio dia gasto, mas bem compensado. O museu é audio-guiado em vários idiomas e pode incluir a visita ao jardim. Há áudio em inglês, espanhol entre outros idiomas. Na entrada existe uma feira com comida e artesanatos locais. Aproveitamos para tomar um vinho quente e comer uma espécie de nhoque com bacon e de sobremesa maçãs fritas com açúcar. 

      Sempre escutei que Viena é uma cidade compacta e demanda pouco tempo, discordo itensamente. A cidade é tão bonita e com tanta história que se pudesse teria ficado mais. Viena é aquele tipo de cidade que depois de você ter feito o que aprecia como turista, merece um dia para passear por ela e sentir mais a atmosfera da cidade, como Paris, por exemplo. Paris, depois de você ter ido à torre Eiffel, Arco do Triumfo, Louvre e todos os principais pontos turisticos, a visita não termina até você andar pela Champs Elyseé e tomar um café em um dos seus inumeros bistrôs e cafés espalhados pela cidade. Sem dúvida, os dias ensolarados que tivemos em Viena favoreceram a experiência. Se você tiver oportunidade de planejar a sua viagem para o verão, certamente vai desfrutar mais da experiência.

      Reserve mais tempo para Viena, eu diria duas noites pelo menos. 

Palácio de Schonbrunn

Jardins do Palácio de Schonbrunn

Comida típica na feira do palácio

Cesky Krumlov, um charme de cidade

         


      Uma pequena cidade de 14 mil habitantes que fica ao sul da República Tcheca. Quando ouvi falar dessa cidade não criei muitas expectativas, mas como era rota de Viena à Praga resolvi apostar para ver. A cidade tem uma arquitetura medieval gótica, renascentista e barroca e o seu maior charme, na minha opinião, é o fato dela 'cuvar-se' sobre o Rio Moldava. Este é inclusive, a origem do nome Krumlov, derivado do alemão Krumme, que significa 'curvar-se sobre um prado'.


      Chegamos de Bratislava à noite, por volta das 20 horas, só tivemos tempo de deixar as malas na pensão ir comer algo local. O restaurante escolhido foi o Konvice ($$) [http://www.ckrumlov.info/docs/en/ksz143.xml] aonde comemos um peixe frito com batatas e salada. Já estavamos há uma semana experimentando pratos rústicos e com temperos que usamos pouco na nossa gastronomia, que precisávamos de algo mais leve. De acompanhamento bebemos um belo sauvigon blanc Tcheco, chamado Znovín Znojmo
             
      A pensão que ficamos chama-se Pensão Panorama [http://www.cesky-krumlov-penzion.eu/panorama.php?en/] . Ela fica em uma subida a 10 minutos caminhando da praça central de Cesky Krumlov e tem uma bela vista da cidade, um pouco redundante, pois a cidade é cercada de belas vistas. A subida pode ser desconfortável se você precisar voltar ao hotel várias vezes enquanto estiver na cidade, como isso pode ser evitado, a rampa deixa de ser um problema. A pensão é barata, tem um café da manhã bom e o quarto bem satisfatório, sem falar na receptividade da dona que, sem falar uma palavra de inglês, se esforçou muito para nos ajudar. Tudo é bem simples mas ela faz tudo com bastante cuidado e atencão para com os hóspedes. Sem falar que esta pensão estava metade do preço das demais da cidade, e com ótimas resenhas. A pensão custou 950 CZK, em torno de 110 reais para duas pessoas.

      No segundo dia nós começamos com o mirante com aquele visual lindo. O mirante fica menos de 10 minutos andando do hotel. Alí você encontrará um pouco de informação sobre a geografia da cidade. Saímos dalí e fomos em sentido à praça central que tinha uma feirinha com doces, embutidos e artesanato local. Após a praça central, passamos pelas vistas mais bonitas da cidade, que são na minha opinião, quando vista de suas pontes. As pontes são tão baixas e próximas ao rio que você se sente parte daquela paisagem, é uma sensação que nem todos os lugares nos proporcionam. Os prédios são charmosos e o povo muito simpático e receptivo. É uma vila surpreendente. Não é à toa que a cidade é Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.



Rio Modalva visto de uma de suas pontes



Outra vista da ponte


Queijos na feirinha


Queijos e embutidos na feirinha


Brinquedos artesanais

Vista da torre

Vista da Torre


Torre do castelo. Sua pintura é incrível!

Trdelnik



Tcheca preparando o Trdelnik. Excelente pedida com um vinho quente.

      Após esse espetáculo de tirar o fôlego fomos rumo ao Castelo e à Torre. A vista da torre é mais uma vez um escândalo de beleza. Uma outra grande vantagem de Cesky e da República Tcheca como um todo é como paga-se pouco por quase tudo. Aproveitamos para ir às compras, comer mais especialidades no mercadinho e beber mais vinho tcheco. Uma dica se você for de Cesky à Praga é não deixar para fazer compras em Praga, Cesky é ainda mais barata.


      Algo que você não pode deixar de provar e o Trdelnik, uma espécie de rosca assada em um formato de espiral servida com canela, nuts, chocolate e outras opções tentadoras. Uma rosca daquela e um vinho quente fica por umas 80 coroas tchecas (R$8,00) e dá para dividir. No final da tarde fugimos um pouco das especialidades locais e ficamos à espera do nosso shuttle à pizza e lambrusco. A Pizzaria Uno ($) [http://www.ckrumlov.info/docs/en/ksz169.xml] tem pizzas a partir de 105 coroas tchecas (R$10,00) que podem ser facilmente divididas entre duas pessoas. 

Praga, uma capital mágica



            
   

                 Chegamos em Praga à noite, por voltas das 21.30h. Foi tempo de deixar as malas no quarto e descer para o lobby do hotel para tomarmos uma cerveja tcheca e planejarmos nossos dois dias na cidade. Sobre o transfer nos trajetos Viena-Cesky-Praga usamos a CK Shuttle [http://www.ckshuttle.cz/transports/transfer-from-cesky-krumlov-to-vienna/]. O atendimento deles foi bem satisfatório, mais em conta e mais conveniente que pegar trêm, pois eles têm um serviço de porta à porta. Apesar de eu adorar viajar de trem, esses trajetos são bem demorados e têm três conexões. Cada trajeto pelo shuttle custou 950 CZK por pessoa (R$ 110,00).

                Nós ficamos no Corinthia Hotel Prague [http://www.corinthia.com/hotels/prague/], que fica a duas estações da estação de metrô chamada Museu. O único inconveniente quando ficamos lá e que a estação na frente do hotel estava fechada para reforma, mas conseguimos pegar um ônibus que passa bem próximo e nos deixava no centro em 5 minutos. Para os que gostam de caminhar o “inconveniente” ainda será menor, pois do hotel ao centro não será mais de 20 minutos caminhando. Este hotel é um cinco estrelas com o atendimento de recepção e concierge  muito bons e com serviços interessantes como de SPA, academia, room service etc. Como estudante de hospitalidade, penso que o hotel deixou um pouco a desejar já que o serviço esperado era um 5 estrelas, e devido a pouca variedade no café da manhã. Nossos cafés da manhã no Brasil são em sua maioria tão excepcionais que acaba nos deixando mais exigentes. Mas em geral, gostei muito do hotel e voltaria, sem dúvidas.

                Esta cidade com um pouco mais de um milhão de habitantes fica localizada na Bohemia Central. Depois de sair de Cesky Krumov eu fiquei por meio dia procurando o “Wow factor” na cidade, pois Cesky é surpreendente em vários aspectos que parecia faltar algo na capital tcheca. Seguindo esse rasciocínio, talvez eu devesse ter feito o trajeto contrário, saindo de Praga à Cesky. Elas são cidades parecidas, mas Cesky torna-se incomun ao nossos olhos por ter uma geografia irregular e ter sido contruida ao redor de um rio curvo. É tudo muito charmoso, enquanto Praga, apesar de ter arquiteturas de te deixar boquiaberto, é uma cidade com com um histórico industrial e com demais características de uma cidade grande.

                A primeira visita que fizemos foi ao Castelo [
http://www.hrad.cz/en/prague-castle/prague-castle-tourist-information/visit-of-prague-castle.shtml], que tem um acesso bem fácil de tram (bondinho) ou metrô, só a subida ao castelo que deve ser por sua própria conta. A estrutura de visitação ao castelo é, na minha opinião, pelo menos curiosa. A bilheteria fica em uma lanchonete na entrada do castelo e você pode escolher as atrações que quer visitar, pois  todos têm uma entrada independente. Você pode comprar o bilhete individualmente ou um pacote que cobre várias atrações. A melhor atração no complexo na minha opinião foi a Catedral de São Vito.  Não é preciso comprar ingressos para visitá-la. A catedral tem um estilo gótico e é sem duvida umas das mais belas obras góticas que ja vi na vida. Depois do castelo nos queríamos ter subido à torre chamada Petřín, no Parque Petřín, mas estava muito ventoso e chovendo, então desistimos. Sem dúvidas esta caminhada é mais agradavel durante o verão.


Catedral de São Vito


Charles Bridge

Vista da Ponte


Relógio astronômio

Praça da Cidade Velha



                 

Praça da Cidade Velha

Cristais da Boêmia
              Dali fomos andando para a famosa Charles Bridge. Ali é onde todo o movimento turístico da cidade começa, até chegar à praça principal. A ponte é realmente linda, construída em estilo gótico e com esculturas barrocas. O que mais me chamou a atenção foi o contraste entre aquele marron antigo com tanta vida que acontece por ali. A ponte estava lotada de turistas e de locais passeando com a família. O dia era bonito, com sol e ventoso, um típico dia de primavera cheio de artistas, músicos e vendedores ambulantes sobre a ponte. Dalí fomos para a praça principal aonde tinha uma feira de artesanato enorme. Esta praça é bem turística, e nela encontra-se o relógio astronômico. Alguns dos meus amigos descrevem Praga como mágica. Passando pela ponte e chegando àquela praça fizeram eu entender o que eles querem dizer. Praga é fantástica.

               No final da tarde retornamos ao hotel para nos prepararmos para o V Zátiší ($$$) [http://www.vzatisi.cz/] . Este restaurante é um Michelin 3 estrelas avaliado por críticos e guias locais como um dos melhores restaurantes de Praga. Aqui é um dos websites que o recomendam: [http://www.pragueexperience.com/restaurants/highlights/restaurants_best.asp].  Ele não é um tipico tcheco, mas sim como a maioria dos restaurates gourmets, uma culinária com base francesa, mesmo assim considerado tcheco-francês. Foi um jantar para encerrar bem a viagem. A comida é deliciosa e o ambiente muito bem frequentado. Tomamos um vinho local que se chama Stapleton & Springer Roučí 2007 [http://mi-vino.blogspot.co.uk/2012/05/stapleton-springer-rouci-2007.html] . Ele tem 50% de Pinot Noir e outros, envelhecido em um barril de carvalho. Que vinho bom. A pedida deste vinho foi engraçada. O garçon estava descrevendo os vinhos tchecos que têm na casa, quando ele tocou no nome Pinot Noir e sobre o envelhecimento  do vinho eu o interrompi falando: é esse; ele deu um sorriso de canto de boca como quem dizia: “bela escolha”. E realmente foi. O restaurante não é tão barato, mas para os amantes da boa gastronomia, vale a pena. Esta experiência é o que os estudantes de gastronomia costumam chamar de “food-orgasm”. Um jantar para dois com três pratos e duas taças de vinho cada foi em torno de 400 reais no total.

Jantar no V Zátiší
                Para os que querem fazer uma especie de mochilão, várias cidades de uma vez, eu recomendo fazerem o que fizemos no nosso último dia. O último hotel foi um hotel com SPA. Como já tínhamos conhecido razoavelmente a cidade, o último dia tiramos para curtir a piscina e jacuzzi do hotel. Oito dias de viagem, andando desde manhã até a noite são bem cansativos. Isso acaba acontecendo pelo fato de cada dia estarmos em um lugar diferente, e naturalmente, queremos conhecer as cidades ao máximo. No final do sétimo dia quase não conseguíamos raciocinar de tanto cansaço. Meus amigos mochileiros concordam comigo que a cada semana de mochilão, uma pausa para relaxar o dia inteiro é muito bem-vinda. Se a sua intenção é explorar várias cidades, planeje esta ''pausa'' em um país barato, assim você vai aproveitar mais gastando menos. Por exemplo, o hotel que ficamos em Praga teria sido o dobro se tivesse sido em Viena. Assim, tivemos mais comforto gastando menos.